quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Tipos de Pais

Em relação ao que se têm dito nestes últimos comentários aqui no blogue, fiz uma pesquisa na Net e encontrei um texto muito engraçado que define bem quase todos os pais, é um pouco longo mas vale a pena ler e até afixar no nosso bar para que os pais marquem uma cruz o sitio que mais se revêem.

Tirado do blogue “Zé Fernando”

Os tipos de pais que encontramos quando treinamos na Formação

Todos os anos, na maioria dos clubes, surgem os casos típicos de pais problemáticos para os treinadores, coordenadores e demais orgãos de um clube desportivo.
Visto que, para variar, abundam cada vez mais variantes deste tipo de pais (e mães), decidi colocar isto na Web pois quer no meu clube, quer nos clubes que visito para ver jogar, parece-me que este tema é de dificil solução para quem se vê confrontado com ele.

A maioria das definições que vou apresentar não são minhas, pois foram retiradas da Internet e há centos de páginas que qualquer um pode ver e ler. Há tempos atrás quando pesquisava o tema vi uns quantos artigos, agora há milhares deles.
Isto é sintoma de que o problema, em vez de diminuir, aumenta…
As definições e dados que irei apresentar, não são de um qualquer que decidiu colocar na Internet, mas sim de psicólogos do mais alto nível e de autoridades desportivas de renome e ampla experiência em trabalhar com jogadores jovens.

Estimado Pai ou Mãe localize, entre as várias definições a seguir apresentadas, a que reflecte melhor a sua actuação como Pai ou Mãe.

Pais desinteressados.
Pais que não reconhecem o valor do desporto na educação dos mais jovens e não assistem nunca nem aos jogos nem aos treinos e que seguramente não lerão isto...

O pai treinador
Esta atitude, é reservada áqueles pais que praticam ou praticaram o mesmo desporto que os seus filhos. Nestes casos o pai converte-se no treinador pessoal do menino, daí advindo que, mal ou bem, as indicações dadas por este tipo de pai são mais obedecidas pelo jovem do que as dadas pelo treinador, pois geralmente este tipo de pai é ameaçador e demasiado possessivo na sua forma de actuar. Este género de pai só muito raramente está de acordo com a actuação do filho e, lamentávelmente, não lho consegue esconder. De tal forma interfere na personalidade desportiva do filho que este, ao não ver cumpridas as metas impostas pelos pais, opta pelo abandono da prática desportiva.

Pais treinadores sem título
Colocam-se estratégicamente junto à linha lateral, enquanto o filho joga. Dispõem de umas enormes cordas vocais e de um código de sinais para indicar a táctica a seguir em cada momento do jogo. Ficam furiosos quando o seu filho, para poder seguir a táctica do treinador, não liga às suas instruções. Critica abertamente os árbitros, diverge do treinador e discute com os directores que não concordam que o seu filho é o melhor e que, por exemplo, é ele que tem de marcar os livres todos. Quando o filho chega a casa, começa a segunda parte do jogo.
Os pais treinadores sem titulação deveriam tomar consciência de 3 consequências que gera a sua conduta:
1º. Seu filho perde a concentração, ao ter de se preocupar mais com as suas instruções do que própriamente com a marcha do jogo;
2º. O seu filho fica nervoso. Sabe que se não jogar ao gosto do pai tem medo de o perder e, logo que chegue a casa, tem certeza de ouvir bronca da grossa;
3º. O seu filho fica confundido, ao entrar em contradição com as instruções do pai e a táctica do treinador.

Pais que fazem de treinadores na sombra:
Com frequência, este tipo de pais estão incluidos no grupo anterior, já que os seus níveis de exigência os convertem em treinadores pessoais dos seus filhos, de forma que tomam decisões e dão instruções à margem das directrizes dos técnicos. O problema acentua-se quando essas directrizes são claramente divergentes das do treinador, e submetem o jovem a uma dupla mensagem com frequentes desqualificações para a parte oposta, com o consequente desconcerto e problemas na aceitação da autoridade do treinador na sua parcela de trabalho.

O pai fanático
Neste estado de coisas os extremos sempre produzem conflitos, esta atitude dos pais geralmente tendem a diminuir a própria personalidade do filho. Pais que geralmente nunca estão de acordo com as decisões dos árbitros e dos treinadores, e dificilmente apoiam a equipa optando por, unicamente apoiar o seu filho.

Pais vociferantes
Pais que costumam gritar e insultar árbitros, jogadores e treinadores com uns pulmões fora do comum. São pouco pacientes, escutam poucas vezes os outros e nunca estão dispostos a mudar. Os que fazem isto perto do banco de suplentes são os piores, pois o jovem sente-se humilhado ao ouvi-lo vociferar.

O pai desportivamente frustrado
São pais que se quiseram destacar em algum desporto e não o conseguiram. São desportistas frustrados. Costumam escolher para os seus filhos a actividade em que eles fracassaram, sem terem em conta as preferências dos filhos. Os presentes e incentivos giram em torno desse desporto e investem tempo e dinheiro em formar o filho numa actividade que ele nem sempre quer. Esta atitude costuma provocar rejeição e inclusivamente ódio ao desporto preferido do pai, porque nem sempre coincide com os gostos desportivos do filho...

Pais super-protectores
Pais cuja obsessão com os riscos que envolvem o desporto que praticam os seus filhos, fazem comentários angustiados sobre algumas jogadas ou lances de jogo ameaçando, uma vez mais, que vão retirar os seus filhos do clube.

Pais hipercríticos
Pais que têm expectativas e objetivos poucos realistas em relação à progressão desportivo dos seus filhos. São muito exigentes com a actuação dos jovens e quase nunca estão satisfeitos. Animam pouco e criticam muito.

Pais treinadores auxiliares
São os que se colocam junto da linha lateral e dão instruções ao seu filho, zangando-se se ele não as cumpre. Muitas vezes contradizem as ordens do treinador e, como o jovem está pendente das suas indicações e reacções, desorganizam a equipa.

Pais com uma orientação positiva
Pais que confíam na preparação e conhecimentos do treinador e clube onde está o seu filho, que demonstram autocontrolo, reforçam o esforço, a progressão e apoiam nos momentos dificeis.

Pais treinadores nos intervalos
Muito visiveis para todos, aproveitam que o seu filho saia do campo para lhe dar instruções de como jogar ou de como individualizar o jogo para seu próprio fim e não o da equipa. Às vezes é uma variante do pai manager e em alguns casos até trazem fotógrafos ou pessoas de equipas de elite, emboram sejam dos regionais, para que vejam o seu filho.

Pais camareiros
São os que não autorizam que o seu filho vá aos balneários beber água com o resto dos companheiros, e lhe trazem de casa água ou liquidos especiais para recuperar, costumam ser uma variante dos pais ou mães super-protectores e que ridicularizam o seu filho diante dos demais colegas.Inclusivamente conheci um que, logo que terminava o treino ou o jogo, ia ao balneário, meter num saco, as roupas que o filho acabara de sujar.

Pais que pensam ser pais de cracks
É um dos piores casos de pais com que se pode confrontar um treinador, já que quando chegam a este nível já passaram por quase todos os demais e que pensam ser capazes de tudo e mais alguma coisa, inclusivamente autoridades externas e forças de segurança.

Pais de ida e volta
São muito maus para o crescimento desportivo de um jovem, já que se lhes chama ida e volta porque mudam constantemente o seu filho, de clube ou desporto conforme lhes dá na real gana ou porque não gosta do treinador. A maioria volta a levar o seu filho de volta ao primeiro clube quando dá conta, se calhar demasiado tarde, que o seu filho prefere estar com os amigos e jogar sempre, em vez de estar sujeito a uma convocatória por nível técnico.

Pais bem orientados psicológicamente
Cedem o seu filho ao treinador e aceitam que parte da admiração que o seu filho lhes destinava passe para o treinador. Não se mostram competitivos com seus filhos e não comparam as vitórias deles com as pequenas guerras de quando jogava futebol. Dão importância ao esforço, à progressão e ao disfrutar jogando. Quando não vêem o jogo a primeira pergunta que fazem é: Então! Correu tudo bem?

Pais “técnicos”
São aqueles que, sem saber o que dizem, dirigem-se com terminologia muito detalhada e técnica a treinadores titulados pensando que são superiores, costumando chamar avançados aos pivots e defesas aos trincos, assim como não aceitam que cada ano os sistemas de jogo são distintos e lhes agradam os sistemas à zona, coisa que pedem aos seus filhos, sem saberem que isso é para idades superiores. Ultimamente tem-se dado muitos casos, inclusivamente noutros desportos.

Pais e mães anti-guarda redes
São aqueles que se queixam do seu filho ser guarda-redes, ainda que ele goste da função e a equipa não tenha outra opção. Pensam que ser guarda-redes é algo menor e que o seu filho deveria estar ali para marcar golos. Este tipo de pais tem proliferado muito ultimamente. Existe a versão anti-defesa e anti-tudo onde não esteja o seu filho...

Pais.... (que nome terão)..
...que querem que só o seu filho seja o ídolo e que os companheiros do filho são os únicos culpados das derrotas, sobretudo quando o seu filho não jogou por ausência ou castigo. Em alguns casos até dizem: meu Pedro 2, adversário 0. Ou mesmo, meu filho 0, adversário 3. A maioria destes jovens atletas acaba por desaparecer em poucos anos e deixa o desporto por vergonha ante os seus colegas...

Pais portavozes
São aqueles que constantemente se queixam de problemas de organização e são também muito técnicos, dizendo que são os porta vozes dos outros pais, quando na realidade se agarram a qualquer comentário que ouvem para o acrescentar ao rol de queixas, como se fosse vontade do colectivo de pais, e assim dar a impressão de uma queixa colectiva e não apenas deles...

Pais invasores de campo
São aqueles que fazem o que fazem os fans furiosos, ou seja, invadem o terreno de jogo pela mais pequena coisa ou simplesmente para abraçar os jovens quando marcam golo, mesmo que ainda haja pouco tempo de jogo. A pior versão deste tipo de pais são aqueles que entram em campo para agredir alguém.

Pai fotógrafo ou video-aficionado
É aquele que entra onde não deve, por não poder estar um segundo sem disparar o flash do seu último modelo de máquina, contribuindo para o atraso do inicio do jogo.

O pai manager
Nos nossos dias, em que o desporto já movimenta milhões, a aparição do pai manager é mais que normal, só que apenas lhe interessam as recompensas económicas e não o que pode significar, para o seu filho, a prática desportiva. Este pai está disposto a tudo para que o seu filho seja o melhor mas apenas vê nele uma fonte de rendimento. O problema é que o jovem se vê submetido a uma tal pressão psicológica, que ele mesmo se stressa ao ponto de abandonar a prática desportiva por causa das constantes reclamações do pai...

Pais que correm ao longo do campo
São idênticos aos pais treinadores auxiliares, mas que rápidamente damos por eles, já que sobem e descem, ao longo do terreno de jogo, pela linha lateral, dando indicações ao filho e aos colegas, incluindo insultos à familia dos Árbitros.

Pais vociferantes e cobardes
Pertencem ao mesmo grupo de pais que gritam junto do banco de suplentes, mas estes são mais furiosos e os seus insultos e gestos audíveis e visiveis. Quando se vêem acossados por apoiantes adversários correm a pedir ajuda aos outros pais ou mesmo ao banco de suplentes. Estes pais conseguem sanções para a equipa e intervenções das forças policiais.

Pais de vestiário
São aqueles que gostam de entrar no balneário antes, durante e depois do jogo, retirando autoridade ao treinador. A pior versão deste tipo de pais é aquela em que eles entram no balneário do árbitro no final do jogo, fazendo com que a equipa seja penalizada com pesadas sanções...

O PARADOXO
Tiger Woods teve em seu pai vários destes modelos. Presionou-o e carregou-o de responsabilidade desde tenra idade. Há muitos exemplos de grandes campeões que tiveram alguns destes modelos de pais aquí apresentados. Mas o grande paradoxo, é que aquilo que criticamos é o que devemos fazer se queremos fabricar um campeão. Contra o campeão não discutimos. Mas de cada Tiger Woods, que à força de suportar pressões desde pequeno se torna invencível, há um milhão de frustrados que ficaram pelo caminho. Este meu artigo não é para o papá do Tiger Woods, é para os pais do milhão de jovens que ficaram pelo caminho por, entre outras coisas, não suportarem a pressão e as várias atitudes negativas dos pais.

O cemitério do desporto está cheio de talentos
Talentos que não foram, ou melhor dizendo, que ficaram pelo caminho por diferentes motivos: falta de interesse, falta de oportunidades, problemas económicos, etc.. E pressão excessiva por parte dos pais.

Sistema de detecção de pais a desarmar
Poderíamos fazer um teste para detectar estes pais. Ou poder dar as características:
· Fazem-se entendidos e especialistas no desporto do seu filho
· Sabem tudo e de tudo...
· Vão a todos os jogos e a muitos treinos;
· procuram toda a informação que lhes possa ser útil;
· Insultam o árbitro;
· São dotados de esperteza saloia e catalogam de burro o seu filho quando não faz uso dela;
· Só compram roupa desportiva de marca para o filho e levam-no a fazer testes, dietas, etc.;
· Sentem-se parte integrante da comunidade desportiva;
· Ficam de mau humor quando o filho perde ou joga pouco;
· Fica exultante quando ganha e se ganha alguma medalha, logo a coloca no peito;
· Fala com linguagem técnica com os que realmente percebem do assunto e crê que todos sabem e estão interessados nas capacidades do seu filho;
· Dá palmadinhas nas costas do filho quando conta as vitórias deste aos seus amigos;
· Controla os horários do filho;
· Ás vezes pouco se preocupa com outros assuntos relacionados com o seu filho;

Bom, faltaram algumas, mas parece-me que nos aproximamos do perfil de pai que é necessário desarmar.

FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES DOS PAIS
· Facilitar a assistência e as deslocações;
· Evitar paralelismos com o desporto profissional;
· Facilitar o trabalho do treinador: (não interferir nem tentar substitui-lo, não criticar diante dos jovens e dos outros pais; não provocar situações em que obrigue o seu filho a decidir entre os critérios do treinador ou do pai; evitar-lhe situações embaraçosas quando se encontra entre pessoas que aprecia; trocar opiniões-nunca técnicas-com o treinador, mas em momento e lugar adequados);
· Aceitar os êxitos e fracassos desportivos dos seus filhos, nunca considerando uma derrota como sendo um fracasso;
· Aceitar os acertos e os erros como parte do processo formativo;
· Ajudar os jovens a tomar as suas próprias decisões. Facilitar que os filhos tomem decisões em função dos seus objectivos e expectativas desportivas e aconselhados por quem entende de verdade e quem de verdade pode facilitar a sua progressão desportiva e futuro;
· Propiciar o compromisso e a responsabilidade ante as suas decisões;
· Interessar-se pela actividade desportiva do seu filho de uma maneira razoável. Não é aconselhável ignorar a prática desportiva nem pressionar em excesso;
· Ser um modelo de comportamento em treinos e jogos. A imitação é um mecanismo de aprendizagem muito potente. Em muitas ocasiões, a forma como nos comportamos, é mais eficaz que as explicações ou instruções;
· Respeitar os árbitros, os adversários e os colegas dos nossos filhos;
· Exigir e propiciar uma comunicação fluída entre pais, dirigentes e treinadores. Fomentar uma disposição positiva de entendimento.

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